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Qual o futuro da internet?

Hiperconectividade, estar em outro universo, de maneira ultra realista, mesmo que fisicamente você ainda esteja em um escritório ou no seu quarto?

Esse ideal, já retratado em muitos filmes de ficção científica, foi explorado de uma maneira ainda mais impressionante no livro “Snow Crash”, publicado em 1992, de Neal Stephenson.

Ousada em muitos sentidos, a obra foi a primeira a utilizar o termo metaverso. Soa-lhe familiar? Provavelmente. O metaverso ganhou uma atenção bem especial desde o fim de 2021.

Mas afinal, como podemos definir o metaverso? Ele já está entre nós? Quais ameaças esse universo esconde?

É o que vamos descobrir nesse artigo.

O que é o metaverso?

A palavra metaverso é a junção do prefixo “meta” (além), e do radical “verso” (universo) significando “além do universo''.

O metaverso é o conceito utilizado para definir os mundos de realidade virtual, onde é possível criar, explorar e interagir com outras pessoas que não estão no mesmo espaço físico que você.

Já estamos testemunhando alguns sinais do metaverso em nossa realidade, a saber:

Dispositivos móveis no mundo real nos conectando ao universo virtual  - verificar os comentários sobre um restaurante em frente a ele, obter direções para uma praia ou ter acesso a um clube privado por meio de um NFT.

Experiências de realidade mista e aumentada (MR/AR) - conversar com alguém que parece estar sentado ao seu lado.

Experiências de realidade virtual (VR) totalmente imersivas - ir para uma sala de bate-papo no AltspaceVR ou jogar com amigos no Beatsaber.

Liberdade e interação real são as ideias que estruturam as bases do metaverso. Mas não confunda, o metaverso não é uma tecnologia e sim uma proposta ampla na maneira como interagimos com a tecnologia.

Boa parte da fama e notoriedade do tema, nos últimos meses, se dá pela ação do Facebook, que anunciou sua alteração de nome para Meta em outubro de 2021, prometendo revolucionar o mercado do metaverso.

Será mesmo?

Apesar de se apresentar com ousadia e capacidade de inovar, o Meta não inventou a roda do metaverso, pois muitos pesquisadores e empresas vieram antes e tornaram possível o debate do tema.

É hora de espiar a linha do tempo do metaverso e conhecer mais sobre sua história.

A história do metaverso: uma breve linha do tempo

A primeira menção histórica do termo metaverso está registrada no romance cyberpunk “Snow Crash”, de 1992. Na obra, Neal Stephenson descreve o metaverso como um mundo virtual que envolve todo o planeta, com uma economia a todo vapor e uma liberdade de escolha por parte dos usuários.

Apesar desta ter sido a primeira aparição histórica do metaverso, o ideal proposto não é novo. Os primeiros passos para a realidade virtual estão registrados em 1983, com a invenção do cientista Charles Whetstone.

Ele desenhou o conceito de visão binocular, abrindo o caminho para fazer o conceito de imagens 3D e estereoscópios, que usam a ilusão de profundidade para criar uma imagem.

Posteriormente, em 1956, nascia a Sensorama Machine, a primeira máquina VR, criada por Morton Heilig, que, através de uma simulação, combinava vídeos 3D com áudios, aromas e uma cadeira vibratória para imergir o espectador.

Doze anos depois, em 1968, a ideia de realidade virtual ganhou mais corpo. Nascia o primeiro monitor montado na cabeça, criado por Ivan Sutherland.

Já na década de 1970, o MIT desenvolveu o Aspen Movie Map, que gerava ao usuário um tour pela cidade de Aspen, no Colorado. Um marco histórico para realidade virtual e metaverso.

Seguindo a linha do tempo, chegamos nos anos 90, marcado pelo nascimento da internet. No dia 6 de agosto de 1991, Tim Berners postou o primeiro convite público para colaboração na WorldWideWeb.

Ela foi o pano de fundo para Neal Stephenson conceber a ideia do metaverso, com base nessas invenções que conhecemos aqui. Em paralelo, na década de 90, outros elementos e técnicas que compõem as peças do metaverso foram criados.

Um exemplo foi o conceito do b-money - uma criptomoeda descentralizada e distribuída - criada pelo engenheiro de computação Wei Dei em 1998. O b-money foi a precursora das criptomoedas e para a Blockchain, elementos essenciais no metaverso.

Tudo bem, mas quando foi possível visualizar uma criação mais próxima da experiência do metaverso?

Cinco anos depois, em 2003, nasceu o Second Life, o primeiro mundo virtual online. A invenção passou por desafios em seu nascimento, principalmente ligados à largura de banda, pois se lembre, o ano era 2003.

O Second Life abriu o caminho para outros mundos do metaverso, tais como o Roblox, Fortnite e Axie Infinito, além do mais recente (e ainda em desenvolvimento) Meta.

Apesar de todas essas criações e teorias, ainda há uma grande distância para a popularização do metaverso. Os mais céticos apontam que essa é só uma palavra da moda, e ainda estamos longe de alcançar o ideal do metaverso.

Afinal, o metaverso é uma utopia, uma distopia ou um cenário já existente?

É a reflexão do nosso próximo ponto.

Metaverso: utopia ou um ideal bem próximo?

Bom, se analisarmos o principal objetivo do metaverso, que é a interação, podemos dizer que sim, já estamos presenciando a construção do metaverso.

Os mundos existentes hoje permitem aos usuários a experiência de sentir que está realmente em um local e que outras pessoas também estão. Contudo, a implementação de um universo digital, que conecta todos, gerando tal experiência de interatividade, ainda está distante de ser concretizada.

Existem alguns motivos que endossam essa afirmação, a saber:

  • As tecnologias de realidade virtual, como os óculos VR, são caras, pesadas e não são portáteis, por consequência estão distantes da grande maioria de usuários da internet.
  • Garantir a interoperabilidade do metaverso é um grande desafio a ser vencido, e os desenvolvedores ainda não possuem uma resposta concreta para isso.
  • O metaverso é um ideal de “infinito” em um mundo finito. Isso significa que, para funcionar, ele precisa de recursos reais e limitados: metais raros, fontes de energia para os data centers, etc.
  • Já enfrentamos muitas divisões em nossa sociedade. Um questionamento que o metaverso levanta é: todas as pessoas conseguirão estar nele? Há uma possibilidade de dicotomia entre o metaverso e o mundo offline?

Esses pontos não são um banho de água fria em você leitor, mas uma dose de realidade. O metaverso, em sua plenitude, não existe hoje; ele está em desenvolvimento, mas não existe uma data clara para sua chegada plena.

O que podemos afirmar, por hora, é que o metaverso é um trabalho em andamento; não podemos subestimá-lo e nem devemos ser utópicos quanto ao seu alcance hoje. Precisamos apenas olhar com equilíbrio.

As estatísticas reforçam o potencial e interesse por parte das empresas no metaverso. ️Em outubro de 2021, o metaverso da Web 2.0 foi avaliado em US $14,8 trilhões, segundo os dados da Statista.

Diante de tamanho potencial, e considerando que ele será a próxima geração da internet, é fundamental entendermos os riscos e ameaças que esse universo esconde.

Metaverso e Cibersegurança: quais as principais ameaças e desafios?

Todo o hype que estamos testemunhando a respeito do metaverso não é infundado. Afinal, é uma proposta muito boa, com tecnologias e possibilidades incríveis. Mas sabemos que nem tudo são flores.

Toda tecnologia nova representa novas vulnerabilidades e, consequentemente, novas demandas para a cibersegurança. O metaverso, com a proposta e ideal que já apresentamos aqui, possui alguns desafios, sendo eles:

A dependência de hardware e as vulnerabilidades

Os dispositivos de realidade virtual são indispensáveis para gerar a experiência de imersão e interatividade para o usuário. O problema é que eles podem ser facilmente explorados em ciberataques se não tiverem a devida proteção.

Esse risco é maior do que você imagina. Já temos bastante dificuldade em proteger os dispositivos IoT (a famosa internet das coisas), e até mesmo nossos celulares e computadores. O hardware do metaverso aumenta essa dificuldade e proporciona para os cibercriminosos, mais caminhos de exploração.

Insegurança para identidade do usuário

No final das contas, tudo gira em torno de sua identidade”, diz Itay Levy, CEO da Identiq, uma empresa especializada em privacidade digital. Itay não poderia ser mais assertivo: "quando falamos de internet e tecnologia, a identidade é um elo fundamental".

E no metaverso isso é ainda mais intensificado, pautado em experiências e interatividade; as pessoas são o ativo mais importante nesse universo digital. Sendo assim, o roubo de identidade é uma ameaça persistente no metaverso, um grande desafio.

Dados e o desafio da privacidade no metaverso

A privacidade online é um enorme desafio para a realidade digital que já conhecemos e vivemos hoje. Entretanto, já possuímos legislações e soluções focadas em cuidar da privacidade na internet.

No metaverso, o desafio é novo e, consequentemente, maior. Isso é verdade também pelos tipos de dados coletados.

Os sistemas de realidade virtual funcionam capturando dados biológicos extensos sobre o corpo de um usuário, incluindo dilatação da pupila, movimento dos olhos, expressões faciais, temperatura da pele e respostas emocionais a estímulos.

Os pesquisadores Egliston, B. & Carter, M. apontaram que 20 minutos em uma simulação de RV, deixa quase 2 milhões de gravações únicas de linguagem corporal. Uma coleta de dados involuntária e contínua, onde o recurso de consentimento é quase impossível.

Esse é um desafio muito maior do que parece, e as estratégias atuais de proteção de dados não conseguem contemplar essas demandas. Como bem observou o advogado de direitos humanos, Brittan Heller, trata-se de uma “psicografia biométrica.

Ética e conteúdos no metaverso

Uma experiência de interação em um espaço digital traz consigo o lado sombrio do mundo real, por isso, questões éticas e de moderação de conteúdos são outros grandes desafios no metaverso.

Não à toa, já temos casos de assédio registrados, além de quantidades preocupantes de conteúdos fraudulentos e perigosos. Esse desafio conversa com a questão da privacidade, apontando para o mesmo problema: ausência de mecanismos regulatórios adequados para lidar com esses riscos.

As ameaças do metaverso mostram o velho problema do mercado de TI: as novas tecnologias, refletindo e considerando a segurança como uma medida tardia.

Ainda que o assunto da mesa envolva novas tecnologias e ideias transformadoras, a segurança é sempre tratada como um fator secundário. Não precisamos esperar o futuro chegar para enxergar a necessidade de mudar essa mentalidade.

Segurança é um fator indispensável para a tecnologia, quanto mais cedo entendermos isso, melhor será.

É preciso repensar a segurança ofertada

Analisar e entender o metaverso e as ameaças que esse mundo apresenta, é confirmar a necessidade de uma urgente evolução na maneira de garantir segurança para as empresas.

Ainda que o ideal esteja distante, ou se desenhe diferente do que imaginamos hoje, é necessário assumir: a superfície digital está cada vez mais ampla, com desafios crescentes.

Faça a reflexão:

Você tem perspectiva de evoluir e melhorar as soluções e estratégias que oferece hoje para seus clientes?

Você não precisa esperar a concretização do metaverso ou de outras tecnologias. O hoje já está diante de você, e é nele que você pode elevar a sua maneira de oferecer segurança no mercado.

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Imersivo, interativo, incrível, mas também inseguro. Por essa razão, as empresas precisam olhar as ameaças e desafios de segurança e privacidade com a mesma atenção que encaram o potencial de lucratividade existente no metaverso.

Tirar a segurança dessa equação é dar um tiro no pé, e provavelmente a conta será cobrada mais tarde. Esperamos que você entenda e pondere esses desafios no presente.

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